Resposta a Um Texto Recebido - "Lucidez de um Pastor (Simplesmente Espetacular!!!...)"

Há um grande perigo no universalismo que o posicionamento do pastor no texto abaixo pode inspirar. Especialmente no uso de suas palavras que não propriamente contextualizadas e definidas podem levar leitores a crerem nessa "espiritualidade" (generalizada), inclusivista que aceita dogmas e praticas que são contrarias a Palavra de Deus.  

Há bons ensinamentos em todas as religiões. Mas pela lógica, a partir do momento em que contradizem-se em seus dogmas, e ensinamentos elas são sim distintas, e até mesmo exclusivistas. E assim sendo não podem ocupar o mesmo lugar. Todas podem ser falsas. Mas todas não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Quando em seus dogmas e ensinamentos elas se opõem uma a outra, por eliminação, uma é verdadeira e a outra, por conseguinte, falsa. 

Vou explicar. Dentro das várias religiões há duas (ou dependendo da classificação do que é religião, três) diferentes crenças. Há religiões que ensinam que existem vários deuses como o Hinduismo, e animismo de várias religiões menos conhecidas. Há religiões que não crêem em um deus, o budismo não prega nenhum deus "per se" (em si própria) mas que devemos nos esvaziar de nós mesmos para chegarmos a uma unidade com o universo, também bastante comum ao espiritualismo da Nova Era. Os humanistas, ateus, não crêem em nenhum deus (incluo-os por que têm também seus dogmas, e convicções que por vezes até superam as de "crentes" (aqui usado generelizadamente pertinente a prática de alguma crença). 

Mas há as três religiões onde existe um deus único (assim classifico em letra minúscula pois apesar de se parecerem não são o mesmo deus, mas distintos também entre si). O Judaismo, o Cristianismo e o Islamismo. Os Judeus crêem em um Deus único, mas nao crêem que Jesus Cristo é Deus. Os Mulsumanos crêem em um deus único, mas não triuno - Pai, Filho e Espirito Santo. O que é o que o Cristianismo ensina. Já nesta curta e pequena análise vemos que independente dos bons ensinamentos contidos e nos dogmas das diversas religiões elas se opõem nos pormenores, mas são justamente eles que fazem a grande diferença. E assim sendo não são todas válidas, não mesmo; apesar dos bons ensinamentos contidos. Todas podem ser falsas, mas só uma pode ser VERDADEIRA. E o que Jesus Cristo falou em João 14:6 definitivamente separa o Cristianismo de todas as outras “religiões”: “EU sou o Caminho, e a VERDADE, e a vida...” Esta afirmação ou é falsa ou verdadeira. É o que deve ser avaliado por todo aquele que quer a verdade.

Acredito que um ato generoso, que traria alegria aos corações das ditas crianças, deveria sim ser executado por cristãos convictos de sua fé, que se baseam na Palavra de Deus; realmente "novos nascidos", remidos e transformados pelo Espírito Santo de Deus, pois pelo menos seria uma oportunidade para a VERDADE do evangelho ser propagada, em um local onde a mentira de satanás é disseminada. 

Mas discordo do posicionamento "espiritual" do pastor. Palavras muito bonitas mas que requerem grande discernimento. Por exemplo, em seu colocamento nesta passagem:

"Mas, quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade (melhor posicionamento seria "você está se portando como Cristo nos ensina a agir"; dentro destes valores de reconciliação, perdão, etc... - até daria o exemplo de que Ele ia e congregava com publicanos e prostitutas), comum a todas as tradições religiosas (aqui ele está claramente pondo todas as religiões no mesmo escalão - e isto é engano, e dos mais perigosos. Somos advertidos quanto ao ecumenismo e a criação de uma religião global, e este agrupamento vai levar a isto, mas esta será a "religião" do anti-cristo).  E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz." (O coração do verdadeiro cristão deve estar cheio de Cristo, coisa que levará o verdadeiro cristão a promoção da justiça e da paz, entre outras coisas). 

Tatiana M Netto

Aqui vou postar o texto ao qual estou dando a resposta acima.

Lucidez de um Pastor (Simplesmente Espetacular!!!...)

O jovem Pastor Ed René Kivitz lançando um de seus livros. Parece mentira, mas foi verdade. No dia 1°/Abr/2010, o elenco do Santos, atual campeão paulista de futebol,  foi a uma instituição que abriga trinta e quatro pessoas. O objetivo era distribuir ovos de Páscoa para crianças e adolescentes, a maioria com paralisia cerebral. Ocorreu que boa parte dos atletas não saiu do ônibus que os levou. Entre estes, Robinho (26a), Neymar (18a), Ganso (21a), Fábio Costa (32a), Durval (29a), Léo (24a), Marquinhos (28a) e André (19a), todos ídolos muito aguardados. O motivo teria sido religioso. A instituição era o Lar Espírita Mensageiros da Luz, de Santos-SP, cujo lema é Assistência à Paralisia Cerebral. Visivelmente constrangido, o técnico Dorival Jr. tentou convencer o grupo a participar da ação de caridade. Posteriormente, o Santos informou que os jogadores não entraram no local simplesmente porque não quiseram. Dentro da instituição, os outros jogadores participaram da doação dos 600 ovos, entre eles, Felipe (22a), Edu Dracena (29a), Arouca (23a), Pará (24a) e Wesley (22a), que conversaram e brincaram com as crianças. Eis que o escritor, conferencista e Pastor (com "P" maiúsculo) ED RENÉ KIVITZ, da Igreja Batista de Água Branca (São Paulo), fez uma análise profunda sobre o ocorrido e escreveu o texto abaixo que tenho o prazer de compartilhar. ____________ _________ _________ _________ No Brasil, futebol é religião  (por Ed René Kivitz) Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso, cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião. A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé.  A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé. Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno; ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo; ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião. O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.  E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus. Mas, quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, faz com que os discordantes no mundo das crenças se deem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião. Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina  ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental. Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico e santista desde pequenininho.